Associação dos profissionais dos espetáculos pede inquérito sobre Festival Sol da Caparica

Foto: DR

(Agência Lusa)

A Associação Portuguesa de Profissionais dos Espetáculos e Eventos (APPEE) pediu à tutela da Cultura e ao município de Almada a realização de um inquérito para apurar eventuais problemas no Festival Sol da Caparica.

Numa carta aberta, a associação escreveu que pretende alertar publicamente os organismos da tutela para a necessidade de a opinião pública ser esclarecida relativamente aos acontecimentos ocorridos durante a realização do Festival Sol da Caparica, que classifica como “lamentáveis”.

Em causa, segundo a APPEE, esteve a integridade e a credibilidade, não apenas dos profissionais e artistas que foram contratados pelas entidades promotoras desse evento para a sua concretização, mas sobretudo de toda uma classe de trabalhadores no seu geral.

“Temos o dever de manifestarmos a nossa solidariedade com todos os profissionais e artistas que se viram afetados por estes acontecimentos, e relembramos que estes profissionais viram as suas vidas canceladas e procuram retomar esforçadamente as suas atividades depois de dois anos volvidos sem que à vasta maioria destes trabalhadores independentes fossem atribuídas as condições de elegibilidade para beneficiarem de adequados apoios do Estado”, pode ler-se no documento.

O festival, que decorreu entre 11 e 15 de agosto, na Costa da Caparica, no concelho de Almada, distrito de Setúbal, tem sido alvo de críticas nas redes sociais quer por parte de alguns artistas quer por parte do público, devido a problemas técnicas e alterações do programa.

The Legendary Tigerman, Miguel Ângelo ou Os Quatro e Meia foram alguns dos artistas que mostraram publicamente o seu descontentamento com o festival da Costa da Caparica.

Também da parte de quem assistiu ao festival houve queixas, existindo inclusive algumas no Portal da Queixa dirigidas ao Grupo Chiado, empresa que organizou o evento juntamente com o município de Almada.

“Solicitamos ao senhor Ministro da tutela que seja promovido um inquérito para o apuramento de todas as circunstâncias que originaram o enorme ruído mediático que permanece no seio da opinião pública, pelo que entendemos que esse inquérito deve ser estendido ao Município de Almada, por ser um dos principais promotores do evento, e que oportunamente sejam tornadas públicas as conclusões do mesmo, após inquirição dos vários intervenientes”, referiu a associação na carta aberta.

Questionado sobre a carta aberta, o Grupo Chiado respondeu à Lusa que o Sol da Caparica 2022 esgotou todos os dias, um dado que considera ser “um facto inquestionável e que inequivocamente cala os que injustamente criticam” de uma forma que classifica de “ínvia e injusta”.

Quanto ao profissionalismo dos diversos subcontratados, a empresa realçou que mantém a máxima confiança em todos os parceiros, censurando a associação que diz ser desconhecida por “colocar em causa o profissionalismo dos seus próprios Colegas de trabalho”.

A agência Lusa questionou a autarquia de Almada sobre esta matéria, mas até ao momento não obteve resposta.

A APPEE considera igualmente importante a solicitação de esclarecimentos relativamente ao cumprimento das disposições legais previstas no âmbito do recente Estatuto dos Profissionais da Área da Cultura, que prevê obrigações específicas para o cumprimento da lei no que concerne à realização de eventos.

Pede ainda a associação que sejam tornados públicos os relatórios da Autoridade para as Condições de Trabalho e da Inspeção Geral das Atividades Culturais, com os pareceres da Autoridade Tributária, da Segurança Social e da Proteção Civil.

“Salientamos que este género de acontecimentos obriga-nos a reiterar a necessidade urgente de classificar e certificar adequadamente as várias profissões do setor, porque somente através do enquadramento e formação de todos estes trabalhadores, será possível legislar com eficácia, garantir equilíbrios e criar sustentabilidade, condições essas que neste momento entendemos não existirem no tocante à contratação de profissionais para a prestação de serviços no mercado das artes e do entretenimento, e em particular na vertente da música ao vivo”, concluiu a APPEE.

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